quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INICIANTES EM ALPINISMO


De repente me dei conta de que eu estava cercada de informações sobre montanhas. Depois de passar o Encontrart inteirinho ouvindo a música do Fernandinho “Eu vou subir a montanha”, assisti a uma reportagem no Globo Esporte sobre a superação de dois brasileiros que conseguiram alcançar o topo do Everest. Hoje, pra variar, estava eu cantarolando essa música... e me veio a curiosidade de saber um pouco mais sobre este tema, quais os conhecimentos básicos que se deve ter para se lançar nessa aventura de subir montanhas. E, para minha surpresa, este assunto é muito mais rico do que se possa pensar a princípio e que o pessoal do Encontrart ministrou a música perfeita para revelar o que Deus fez naqueles dias, mesmo que eles talvez não tenham feito isso propositadamente... Então, vamos comigo nessa escalada de conhecimento!

Primeiramente, uma pessoa que se propõe a fazer uma escalada já não é muito comum. Mesmo com pouco conhecimento sobre o assunto, qualquer pessoa é capaz de imaginar alguns riscos básicos nesse tipo de aventura: começando pela altura e possível queda, que talvez seja a possibilidade mais terrível que possa acontecer a um alpinista. As pessoas comuns preferem talvez uma caminhada na praia, água de coco, redinha à sombra, uma vista maravilhosa do pôr-do-sol, enfim... Tranqüilidade! Por isso eu pergunto: quantos conhecem um alpinista? Eu nãaaaao! É interessante pensarmos que não há mal algum nas pessoas preferirem a tranqüilidade e o descanso, afinal tudo isso é necessário! Mas e quando o simples descanso passa a ser um peso de comodidade que impede o avanço, o crescimento e a busca de novos conhecimentos? Mudar requer esforço, muitas vezes ser diferente do comum e pagar um preço alto.

Sair do meu comodismo e medo de novas experiências não foi nada fácil. Você pode ter imaginado que, talvez, ir ao Encontrart era o meu grande sonho. Francamente, eu nem tinha ouvido falar, não sabia direito a proposta do Jeová Nissi e, quando surgiu o desafio de ir, só pensava no que eu tinha que abrir mão: o desconforto de acampamentos, o frio, encontrar pessoas super-hiper-mega boas no que faziam e me sentir inferior, que era tempo de investir na faculdade, no meu curso, não deixar atrasar, estudar pra minha monografia...Enfim, muitos pensamentos! Ao final, após visitar o site do evento, me sentir intimada a não recuar e nunca desistir, resolvi obedecer a voz do Espírito em mim. Pulando a parte dos desafios financeiros de inscrição, transporte e estadia, cheguei em Ibiúna-SP. O local do evento é rodeado de montes, cheio de ladeiras, declives e aclives. Subir e descer várias vezes por dia uma rampa que queimava as pernas e tirava o fôlego não é exagero! Mas eu vou continuar a subir a montanha?

Pensando nisso, como falei anteriormente, pesquisei sobre alpinismo ou montanhismo. E vejam quanta informação preciosa podemos tirar para nós... O alpinismo é uma atividade desportiva que desafia a própria existência humana, pois não fomos dotados de asas, garras ou outras ferramentas naturais para ascendermos facilmente ao topo de montanhas. Mas o homem pela sua vontade e com seu próprio esforço é desafiado a ir além das leis naturais e de si próprio quando se propõe escalar um alto monte. Que se marque aqui que ninguém é obrigado a praticar esse esporte de aventura e, que além de querer, você precisa se esforçar!

Isso me lembra a história de Moisés, que quis subir a montanha, se esforçou pra isso e conquistou muitas coisas em Deus! Vejamos algumas passagens bíblicas que comprovam que Moisés foi um grande alpinista...hehehe.

A vida inteira de Moisés foi marcada por sede... Sede por ‘um algo mais’. Não gostaria de me delongar muito em sua história, mas sinto necessário destacar alguns acontecimentos. Como, por exemplo, quando Moisés ao olhar um egípcio maltratando um hebreu correu em sua defesa a ponto de matar o egípcio. Aqui, já podemos perceber o começo de uma chama por mais de Deus que se tornou uma labareda! Não era só sede de justiça dominada ainda pela força humana, pois para matar um homem mesmo diante de uma injustiça é necessária uma força motivadora muito grande... Ainda por esse ângulo, vejo um enorme desejo de mudar, de ver as coisas diferentes do que estavam, de transformar e ser transformado. E me pergunto: quantas vezes nossos corações arderam por querer ver situações mudarem? Você já sentiu isso? E por vezes até meteu os pés pelas mãos? Então, sem sabermos como lidar com isso, por não percebermos que esse desejo vem do próprio Deus, fugimos por medo como Moisés fez. Nossos anseios podem ser genuínos, porém nossa prática precisa estar alicerçada também nos princípios divinos.

Mas Deus já o observava atentamente. Imaginem os medos que Moisés teve que enfrentar para realizar o desejo mais sincero de seu coração. Ele teve que ser bem diferente de sua geração, ser mais próximo de Deus do que Ele ouvira falar que seus antepassados foram, isso era uma decisão renovada todos os dias. A sarça ardente talvez tenha sido a manifestação real da chama que já ardia em seu coração, mas que nem ele mesmo conseguia entender... E a fuga do Egito? E o mar vermelho? Quanta demonstração de fé, ousadia e confiança... Isso definitivamente contribuiu para que a percepção de Moisés sobre Deus se expandisse!

Quero que vejamos como gradativamente ele escolheu ser mais próximo de Deus, subir a montanha e como Deus o escolheu dentre muitos, pois em seu coração já havia um clamor por ir além. Vejam só: para praticar escalada é obrigatório que se tenha seguro e tire a Carta de Montanheiro na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) ou na Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME). Para o fazer basta dirigir-se às respectivas associações de escalada e aí também se terá conhecimento das imensas atividades que poderá realizar. Todas as experiências de Moisés até este ponto, como a sarça, que já citei antes, foram como o seguro e a carta de permissão de Deus para ele começar sua escalada rumo ao topo da montanha, rumo à visão da glória de Deus.

Agora, recapitulem comigo a maratona de Moisés rumo ao cume do monte... Em Êxodo 19 há o relato da saída do povo de Refidim para o deserto, onde acamparam em frente ao monte Sinai. Mas subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor o chamou e lhe disse para anunciar muitas coisas aos filhos de Israel (v.3). Penseeem na canseira que era subir e descer esse monte... Neste trecho da história, Moisés sobe o monte Sinai, fala com Deus, desce, avisa o povo de alguma coisa, sobe de novo e desce mais uma vez, caminha pra cá, caminha lá... O que me faz lembrar de uma regrinha básica para quem é iniciante na prática de escalada: o vigor físico. Sim, meus queridos, para escalar uma montanha é preciso querer, é preciso coragem, e? Força! Força nos braços, nas pernas e no abdômen. Segundo recomendações, é preciso enorme resistência físicaaa... Foi uma das poucas coisas que nos exigiram quando fomos ao Encontrart, pediram um atestado médico de que estávamos aptos a fazer exercícios físicos intensos. E quem não levasse se responsabilizaria por qualquer dano causado a sua própria saúde. Você tem treinado até cansar? Acha que caminhou e já viu o suficiente? Vá além disso! Responsabilize-se por sua forma física e espiritual. Quem pode buscar a Deus por você? Quem pode cuidar do seu corpo melhor que você? Lembre-se que Jesus fez muito mais por você.

Outro aspecto que ainda podemos abordar nesta experiência é a recomendação de você se familiarizar com a escalada proposta. Moisés estava nesse caminho de conhecer mais de Deus, de se esforçar e lutar pela chama que ardia em seu peito (lembrem-se do “sobe” e “desce” dele e de perguntar a Deus primeiro antes de fazer qualquer coisa). Aqui eu me lembro de quando fui fazer minha inscrição e das oficinas oferecidas, da familiaridade que eu tinha com cada uma delas e, claro, escolhi a que eu supostamente conhecia mais: a dança. Chegando lá me deparei com uma variedade enorme de danças, de formas de se expressar, conheci também os riscos de ministrar com danças a Deus, tanto físicos, quanto espirituais e emocionais. Assim também é numa escalada, além de buscarmos conhecer o percurso, precisamos estar atentos aos riscos... Dançar por gostar, não é o suficiente. Dançar pra chamar atenção nem me atrevo a comentar. Dançar pra enfeitar festas menos ainda... Se dançar é o meu chamado preciso conhecer e assumir os riscos, as responsabilidades, orar pelos artistas e por uma manifestação poderosa de Deus no nosso meio, tirar a carteirinha e saber que minha dança, assim como minha vida, está segura em Deus e que Ele é o objetivo, o centro, o cume da montanha da minha escalada! Que Ele é o brilho mais intenso que irá resplandecer... Que não adianta dançar e emocionar pessoas ou a mim mesma se o Senhor não for comigo!

Outra dica é conhecer os tipos de escalada bem como suas variadas técnicas, pois para cada tipo de ambiente há várias escaladas disponíveis. Na dança não é diferente, para cada ocasião há possíveis danças para serem realizadas, cabe ao dançarino ter discernimento em Deus de qual a melhor opção. Por exemplo, no Encontrart aprendemos dança flamenca e podemos pensar: em que ocasião eu poderia usar esse tipo de dança? Na peça “As 3 ferramentas”, podemos perceber como brilhantemente ela foi encaixada sem nenhum estranhamento. Conhecer a vontade de Deus para cada situação é a chave para se aplicar bem qualquer técnica, só assim Ele age à Sua maneira. Não podemos plastificar as coisas, de formas e maneiras já conhecidas, ser criativo é deixar o Espírito fluir. Afinal, aquele que criou os planetas e suas diversidades não será capaz de criar muito mais coisas? Moisés esqueceu por um instante que Deus poderia agir de muitas maneiras e resolveu repetir o ato de ferir a rocha, como da outra vez, sem consulta prévia ao Senhor! Quantas vezes limitamos e repetimos formas já vistas e não deixamos que Deus seja o criador de nossa arte? Limitamos tão facilmente o poder criativo de Deus e achamos que nosso ministério não rompe, não prospera, porque o inimigo está operando em nosso meio. Se realmente está, é porque estamos vetando a manifestação de Deus.

Com tudo isso, sei que a escalada é cansativa, até exaustiva e requer muito, muito esforço meu. Lá encontrei pessoas que sabiam muito de técnica, muito de Deus, pessoas que não sabiam nada de técnica e muito pouco de Deus, pessoas que desistiam facilmente com o cansaço dos ensaios, outras que suavam, mas não se entregavam, pois descobriram, assim como eu, que posso mandar no meu corpo e mesmo quando ele pedia para descansar e parar, eu poderia até gritar e chorar (como realmente aconteceu), mas que uma vez estando lá eu não desistiria jamais. Quando disse sim, acenei positivamente para um Deus vivo e verdadeiro que tinha feito muito mais por mim, mas que também valorizava meu esforço físico e emocional de vencer meus limites, então eu encontrava forças pra ir além de mim mesma.

Enfim, oro para que Deus seja o centro de nossa Cia (Cia do OLEIRO), então Ele é quem manterá a escalada segura e acessível. Acreditem, Deus não torna o caminho mais difícil para que eu não consiga chegar, mas o caminho é difícil para que eu entenda o real valor de Sua presença, de servi-lO de corpo, alma e espírito. E assim, eu possa refletir a luz de Sua glória, não da minha, a todos que me cercam!


Laís Oliveira

VASOS NAS MÃOS DO OLEIRO


Como ministério de artes, somos gratos ao Senhor, pois temos provado do seu amor dia após dia e visto quão grandes maravilhas tem feito por nós em favor de todos vós. Que a nossa missão possa deixar marcas sobre essa geração tão faminta de AMOR, AMOR DO PAI. Afinal, não somos apenas uma companhia de artes, somos anunciadores de boas novas. Nossa missão é pregar a toda criatura, alcançando vidas através da nossa ADORAÇÃO CRIATIVA e levar o mover de Deus através de toda forma de expressão artística que agrada ao Senhor.

Acima de tudo, somos vasos nas mãos do Oleiro, usados para sua Honra, Glória e Louvor.

Este ano pudemos ter a oportunidade de enviar quatro pessoas da Cia Do Oleiro para que se aperfeiçoassem e aprendessem mais sobre as diversas formas de arte: teatro, dança, circo, clown... E as experiências vividas por nossas missionárias durante esses dias podem ser descritas em testemunhos fantásticos vividos por cada uma delas. Deus foi providente em todos os aspectos. Glóriaaaaas!

Aqui no blog da Cia do Oleiro, compartilharemos todos os testemunhos. Deus o abençoe!

(Cia do Oleiro - Movimento de Arte)